“Seja o problema que você quer no mundo”. Por que um jovem de vinte e sete anos luta contra o sistema? Por que foge do governo? Por que espera tornar o mundo mais aberto e conectado? Estes são alguns dos questionamentos que cercam Jacob Appelbaum.
Jacob é o único membro norte-americano conhecido do wikileaks, site que expôs os relatórios de inteligência mais bem guardados, é também evangelista do programa de software que ajudou a vazar as informações.
Um menino de rua anarquista, criado por uma mãe esquizofrênica até os cinco anos de idade, abandonou os estudos e sozinho aprendeu as artimanhas para driblar o sistema informatizado. Aos oito anos, uma tia o deixou em um abrigo para crianças e Jacob ali invadiu seu primeiro sistema de segurança. Aos dez anos foi morar com o pai, um viciado em heroína e se sentia um estranho dentro de casa.
Adotando uma cultura outsider, Jacob assombrava shoppings, se vestia de mulher, namorava rapazes (apesar de ter ficado com mulheres também) e pintava os cabelos de roxo. Foi quando um pai de um amigo o ensinou ferramentas básicas de informática.
Hoje, Jacob conhece o sistema e sabe que ele não é seguro. Várias informações de dados são jogadas diariamente na rede, dados que são facilmente violados. Programar e hackear computadores é o que lhe dá motivação para viver, fazendo-o sentir que o mundo não é um lugar perdido.
Jacob faz parte de um grupo que promove a privacidade na internet através do Tor Project. O Tor foi financiado por grupos de ativistas e também por grandes corporações como o Google, acreditando ser esta uma ferramenta importante para o trabalho de inteligência. O Pentágono foi que não gostou muito da idéia quando teve informações sigilosas divulgadas por meio do programa.
“Sou um norte-americano, nascido e criado aqui, que está descontente com como as coisas estão”, disse Jacob durante uma grande conferência realizada em Nova York. Após esta palestra Jacob fugiu pelos bastidores e saiu por uma porta de emergência, sendo abordado por policiais doze dias depois em Newark.
"O importante para mim é que as pessoas tenham comunicação livre de vigilância. O Tor não deveria ser considerado subversivo, mas sim uma necessidade. Qualquer pessoa em qualquer lugar deveria poder falar, ler e formar suas próprias crenças sem ser monitorada. As coisas tinham de chegar a um ponto no qual o Tor não é uma ameaça, e sim utilizado por todos os níveis da sociedade. Quando isso acontecer, venceremos”, acredita Jacob.
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